terça-feira, 30 de dezembro de 2014

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

COISAS

Ele há coisas verdadeiramente extraordinárias, fora do comum, originais, a desafiar a imaginação do mais pintado.

É sabido que o governo do senhor Pinto de Sousa, entre outros arranques de esmerada inteligência, se dedicou a disfarçar buracos através de várias engenharias, talvez fazendo jus à “profissão” do chefe. Lembram-se das desorçamentações, de que é retumbante exemplo a Estradas de Portugal? Lembram-se da contabilidade criativa a que a UE pôs fim, o que obrigou os sucessores a pôr as coisas no são, revelando as mais diversas “coberturas” e as invenções de subvalorizados défices?
No meio desta “política” fiscal, veio a lume, como não podia deixar de ser, uma série de contratos swap que não caberiam na cabeça do mais pintado, mas cabiam nas manigâncias governamentais, destinados a disfarçar abismos financeiros, devidamente desorçamentados, das empresas públicas. É sabido que há swaps bons e swaps maus, sendo estes últimos a especialidade da tutela governamental socialista.
Toda a gente sabe disto. Seria honesto que os seus autores o assumissem. Se fossem honestos, é claro.

Uma deputadinha do PSD, relatora de um documento sobre o assunto, apresentou ao público o seu trabalho, fruto de intermináveis reuniões de uma comissão parlamentar especializada. As conclusões, como não podia deixar de ser, puseram a nu as imaginativas trapalhices, o que para ninguém constitui novidade.
O que aconteceu a seguir? Uma série de doutores, que estavam na tal comissão(!) vieram a lume dizer, aliás como sempre, que a culpa do que fez o governo anterior é do actual. Faz inveja ao lobo do La Fontaine! Pois não é que os maus são os que andam à nora a tentar minorar as consequências do que os outros fizeram, em vez dos que meteram a pata na poça? Pois não é que os que tentam tapar os buracos são os maus, e os que os abriram uns arcanjos?

É verdade: há coisas verdadeiramente extraordinárias, fora do comum, originais, a desafiar a imaginação do mais pintado.
  
publicado por irritado

AÍ ESTÃO ELES!

Tal como o IRRITADO previu no post anterior, há para aí umas dez escolas (informação de última hora – meio dia - a confirmar) onde não se fez ainda o  exame de avaliação dos 13.500 professores que para tal se inscreveram.
Os agentes do ignorante (em matéria pedagógica e em literacia), mas sábio (em matéria de agitprop)  Mário Nogueira, devidamente arregimentados, estão, como na greve dos CTT, a defender a falta de liberdade dos seus colegas. Ali, impediam de o fazer os trabalhadores que se julgavam livres para distribuir correio, aqui bloqueiam a liberdade dos que se insceveram de fazer jus a tal inscrição.

É o conceito de liberdade em termos nogueirais/carlistas/bolchevistas. É a democracia dita “real”, dita “popular”, dita piramidal, dita da rua. Por outras palavras, é o contrário da democracia propriamente dita.
Aceitaremos viver com isto, teremos a calma necessária para esperar que passe, ou começaremos a desejar algum messias? Desta última “solução” não faltam exemplos por essa Europa fora.

 publicado por irritado

AVALIAÇÕES

Chegou o tão esperado dia do exame dos professores. Vão repetir-se as cenas habituais. Crato vai ser insultado, esmagado, desprezado, caricaturado pelos tipos do costume, como sempre apoiados pelos media. Sabemos como vão ser os telejornais, as manchetes, as entrevistas, os artigos de opinião.
Talvez o Crato tenha razão. Talvez não tenha. O importante, para os protestantes, não é isso. Protestam hoje como protestavam ontem. São contra o Crato como eram contra a Maria de Lurdes, como eram e serão contra seja quem for. As chamadas avaliações, que os sindicatos, “em princípio”, aceitam, serão sempre más, ilegítimas, ditatoriais, etc., provocarão sempre as mesmas reacções. Tanto faz que sejam amarelas, azuis ou cor de burro quando foge. Os sindicatos não querem avaliação nenhuma, como não querem nada que mude seja o que for. Ou, por absurdo que pareça, querem. Tudo o que seja mexer com o que existe é um bom pretexto para vir para a rua aos gritos. É esse o objectivo. É esse o critério. Nada que tenha a ver com educação. Pura política, ó Crato, movimentação de massas, vanguardismo, rua!
Ao Crato, apetece dizer: eh pá, não faças nada, tudo o que fizeres levantará sempre o mesmo coro, os mesmos maestros, as mesmas parangonas, as mesmas “indignações”. Mas, se nada fizeres, serás perseguido por não ter feito. Ou então, faz. Mas leva a coisa, boa ou má, até ao fim, porque se lhes deres a mão eles comem-te os dois pés. Eles não fazem parte do teu mundo, cheio da tua lógica, onde se fala a tua língua. A lógica deles é outra, a língua deles é outra. O diálogo é impossível quando se fala línguas diferentes. Não vale a pena, nem o esforço, nem a boa vontade, coisas que, na língua deles, querem dizer guerra, reclamação, oportunidade. Deixa-te de “diálogos”, de cedências, de compreensões. Mesmo que faças o que eles querem, dirão sempre que o não fizeste, ou que o fizeste mal. Baterás sempre na rocha que eles te porão à frente.

Boa sorte.
 publicado por irritado

UMA FARTURA!

O IRRITADO não se lembra se já contou esta história, mas, como vem a propósito, aí vai.
Um velho amigo irlandês a quem perguntou quantos partidos políticos havia lá na terra, respondeu: há muitos, todos à direita do centro!
Não se sabe, mas é muitíssimo provável que seja por isso que a Irlanda pareça estar a sair da fossa. Por lá não há arménios nem jerónimos bolchevistas, nem silvas parlapatosos, nem esganiçadas martins, nem seguros ocos, nem tavares ou carvalhos da silva ambiciosos, nem nada que se pareça. Muito menos há soares e, se os houvesse, a imprensa borrifava-se neles.
Os celtas percebem o que se passa. Actuam em conformidade. Vai um governo, vem outro, o que se foi percebe o que vem, o que vem percebe o que se foi, espera por eleições, não fala de pauladas nem diz cobras ou lagartos do presidente da República. Os funcionários levam na cabeça, mais do que por cá, e percebem. Os pensionistas também. O IRC é curto, mas a malta percebe, isto é, não desata aos gritos que andam a proteger o “grande capital”. As coisas vão-se consertando, e concertando. Greves são coisa rara. Sobretudo os bem pagos e seguros não fazem greves, não andam a morder nas canelas dos ministros, não ameaçam pauladas nem clamam por outras violências.
Não se sabe se a arrogância de acabar com o programa de assistência e similares vai resultar. Sabe-se que foi possível e que a malta, na expectativa, não estremeceu.

Na chamada Europa anda tudo à rasca porque a extrema direita cresce. Percebe-se, mesmo que não se goste. É o que o Hollande & Cª merecem.

Por cá, poucos percebem seja o que for. Tudo minha gente se esganiça. Se há sinais de melhoria, poucos ou muitos, tudo se deve a acasos ou a terceiros, jamais a portugueses. A malta só quer saber do fado da desgraçadinha e da falta de taco para umas bejecas.
Em vez de extrema direita, como na “Europa”, surgem cogumelos a clamar por mais esquerda. O Tavares meteu na cabeça que, para continuar a ter “público” e quem sabe, conservar o assento, o melhor é fazer um partido novo. O Carvalho da Silva anda na mesma, que lhe falta no currículo a cadeireta de Estrasburgo. O Soares agrupa hostes de velhos pataratas e novos oportunistas. Os media dão a esta malta toda uma cavalaria de opereta.
Não é mau que não haja por aí surtos de extremistas da direita. Triste é que haja tanta massa, não direi cinzenta mas às riscas, ocupada a chafurdar em teorias que a História condenou e em “remédios” que só podem agravar a doença.
Está tudo no bom caminho? Claro que não. Mas já esteve pior. É, neste momento, o que se sabe. A célebre “espiral” deixou de espiralar. O desemprego desceu pouco, mas desceu, e não foi por causa do Verão. Mas, mesmo que tudo estivesse muito melhor, a malta da paulada e quejandos continuaria a dizer que estava muito pior.
E então? Então, calma Gé Gé.
Uma coisa é de esperar: a fartura de “iniciativas” à esquerda vai ter o destino que merece: o ecoponto dos irrecicláveis.
 publicado por irritado 

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

DO NEO ESTUPIDISMO


Num momento em que é preciso ser mais burro que os burros para não perceber que, ou temos algum juízo ou apanhamos com outra troica no focinho, reune outra vez a esquerda “unitária”, a fim de criar, cito, uma ampla frente de rejeição à hipótese de que tal não se verifique. Nada poderia dar mais prazer a certa gente que ver o falhanço do regresso aos mercados, na medida em que lhe daria armas para culpar o governo. Que os juros aumentem! Que os prazos encolham! Que a imagem do país se deteriore! Ainda bem! O país é a última das suas preocupações, entendida que é a pluralidade política, não como sã competição, mas como demolição dos outros, mesmo que com eles o país.
As consequências cataclísmicas duma nova troica não fazem parte das preocupações desta malta. Bem pelo contrário. Já não restam dúvidas que o objectivo é estender o tapete vermelho para a re-entrada de tal coisa. É essa a nobre missão que Mário Soares atribuiu a si próprio, em nome da conquista do poder para os seus, indo os seus do Pinto de Sousa aos partidos comunistas.
Ampla frente de rejeição. Ampla, como as antigas “amplas liberdades” do Cunhal. Frente, como o Front Populaire ou, mais moderno, o Front National. Em suma, frentismo, populismo, demagogia, irresponsbilidade, indignidade, ódio, cartilha, histórias da carochinha.

Desta vez, o soarismo “abrangente” vem com raminhos de salsa: o desbocado, canhestro e ignorante demago Januário, uma vergonha para a Igreja Católica; os monumentos da dor de cotovelo, Pacheco e Capucho, insuportáveis cornudos da política, incontestáveis ícones do raquitismo moral; a coroar o ramalhete, essa coisa pouco limpa em que, já há anos, se converteu o ex pretenso líder da direita portuguesa, um tal Freitas do Amaral, agora ínclito defensor de uma Constituição contra a qual, noutros tempos, teve a coragem de votar!
Diga-se, no entanto, que ficam bem entre a sua gente, lado a lado com o Comité Central do PC, gloriosamente representado, entre outros,  pelo inigualável Rúben (o Carlos não vai!), com os tipos (e as tipas) do Bloco de Esquerda, com figuras cimeiras da parlapatice socialista como o promotor da farra, o Alegre e a Roseta, e muitos outros figurões, o Nóvoa, que se está a fazer a Presidente, e algumas flores já murchas do esquerdismo, tais o Bruto da Costa ou o Frei Bento. Enfim, uma colecção digna de armazenagem. 

Esta plêide de pataratas, ambiciosos e díscolos políticos vai encher as páginas dos jornais ainda que, como meses atrás, no dia seguinte já ninguém se lembre.
Agitaram os media, enfraqueceram internacionalmente o país, criaram problemas mais a nós que ao governo? Claro. Missão cumprida. Não foi o que o Mário Soares fez há dias, em Paris, lado a lado com o diáfano Delanoë? Se mais palcos internacionais se oferecerem, mais males o Soares nos causará. Compreenda-se, é a sua tarefa!

publicado por irritado

terça-feira, 15 de outubro de 2013

DA GANÂNCIA DO COSTA

O oco, conhecido por Seguro, serventuário do Bloco de Esquerda cuja cassete repete sem cessar, passa a vida a gargantear contra os impostos, que ele baixaria assim que subisse ao poder, contra a austeridade, que acabaria no mesmo momento, contra a troica, que ele dominaria sem demora...
A generalidade das pessoas já percebeu que o fulano é ou demagogo ou burro. Ou as duas coisas.

Mas, saído das mesmas fontes ideológicas, o seu rival doméstico, isto é, Costa, o tenebroso, não perde tempo. Ao longo do ano, loas se ouviram porque o IMI, de que se alimenta o tenebroso & Cª, ao contrário do que do governo depende, não o tinha subido. O IRRITADO informou vários crentes, sem sucesso, que não seria assim. Agora, aos poucos, os proprietários de um andarzinho em Carnide, bem como os de prédios de rendimento, vão caindo na triste realidade.
Dadas as contas de somir que as reavaliações provocaram não serem pêra doce e levarem o seu tempo, as pessoas acharam que o IMI tinha ficado mais ou menos na mesma. Triste ilusão. A última prestação do IMI veio fazer o “acerto”.
Umas contas não de somir fazem os crentes perceber que o IMI, que alimenta o tenebroso, aumentou mais de cinquenta por cento. Mais de cinquenta por cento! Ali, como manda o socialismo e como foi devidamente votado na distinta Assembleia Municipal de Lisboa por ele dominada*.
Mandavam a ilusões do povo que as avaliações seriam acompanhadas de uma mexida nas taxas, de forma a que a subida do imposto não ultrapassasse certos limites . Mas o tenebroso não é de modas: mais de cinquenta por cento de um assentada, ainda por cima acantonados na última prestação, a pagar em Novembro, talvez como homenagem aos contribuintes que vão receber o subsídio de férias, ou de Natal, no mesmo mês! O tenebroso sabe o que faz.

O governo, a troica, a crise, o diabo, são acusados de “insensibilidade social”, de pecaminosa ganância, de roubo, de extorsão, de inconstitucionalidades, de atentados aos “direitos adquiridos”, de deslealdade contratual. O Soares até diz que devia ir tudo para a cadeia.

Afinal, o que se vê... é o que se vê.
Ai de nós se o poder cair nas mãos do oco e da sua tribo, do tenebroso e da dele.
Olhem que, se não se põem a pau, já faltou mais.
 Publicado por Irritado